Mãe e Pai de judoca, que acompanham o filho no Judô, acabam virando judocas.
Homenagem de Angela Furlan, mãe das Judocas Barbara e Beatriz e do Judoca Bruno, ao Mestre Mercival Daminelli e a Professora Ana MAria Breda Daminelli, professores da Associação Mercival de Judô, após a realização do VII Torneio de Judô de Paulinia em 1994, Hoje já são 20 Torneios.
Paulínia, foi invadida no domingo passado, por centenas de judocas. Muitos chegaram em grupos vindos de diferentes cidades da região, outros chegaram solitários, coração batendo forte. Alguns vinham timidamente agarrados nas mãos dos pais, que levavam juntos com seus filhos, a esperança de vê-los campeão.
Foi muito bonito observar o Ginásio de Esporte Municipal, enegrecido pelo tempo, de repente ficar literalmente branco pelos mais de 800 quimonos dos judocas que participaram do VII Festival de Judô de Paulínia.
Um espetáculo, infelizmente, sem grande público. As pessoas ali presentes eram familiares e amigos dos atletas. Mas com certeza ficaram emocionados ao ver a quadra totalmente tomada por judocas de todas as idades, todos com o mesmo respeito por um esporte que vai além da preocupação física, só do corpo, tão em moda hoje em dia.
O judô tem sua base na sabedoria oriental, que é milenar. Ele busca o equilíbrio do corpo com a mente, ensina que se eu preciso usar uma pessoa que é tão digna como eu, para exercitar o meu corpo, eu preciso pedir para tocá-lo e depois agradecer por ele ter permitido eu a aprender através dele. Como as lutas são em duplas, ao mesmo tempo que eu estou aprendendo e me exercitando, estou também ensinado. Existe sempre uma troca.
Pensando assim, o judoca não pode ver o tatame apenas como um ringue de luta, mas sim, como um lugar de aprendizado, de ensinamento, de trocas. O tatame é então, um lugar especial, usado com respeito: o judoca só pode pisar nele, devidamente vestido, descalço e com os pés limpos, e depois de autorizado para fazê-lo, este ritual, transforma o tatame em lugar sagrado para o atleta.
O judô respeita as igualdades humanas, dentro do tatame não há classes sociais, não há credos, nem cores. As pessoas são apenas instrumentos de ensino e aprendizado.
Ao mesmo tempo o judô valoriza as individualidades, quando promove o aluno de faixas ou o honra com uma medalha por seu esforço pessoal, por causa da sua disciplina e desempenho.
A sociedade ocidental, tem uma filosofia de vida bastante diferente. O que vale para a maioria é a “Lei de Gerson”: é valorizando aquele que procura levar vantagem em tudo, nem que para isso seja preciso trapacear, roubar, trair, desvalorizar. O importante hoje é o “Ter” e não o “Ser”.
Penso que se todas aqueles judocas que invadiram a nossa cidade com seus quimonos brancos trouxerem para fora do tatame e de suas academias de judô, a sabedoria ensinada através desta arte, estaram colaborando muito para a melhoria da nossa sociedade.
Passariam a respeitar todas as pessoas e todos os seus relacionamentos, fossem eles familiares, sociais, profissionais ou amoroso. Saberiam que todas as pessoas são instrumentos de aprendizado para nós. Iriam também respeitar mais o planeta Terra, que como o tatame, é um lugar sagrado, que usamos durante toda esta vida para nos aperfeiçoarmos e crescermos como pessoa.
Parabéns, Mercival e Ana, por nos proporcionar um espetáculo tão bonito.
Obrigado por dar aos nossos filhos a oportunidade de se tornarem “homens melhores”.
Ângela Furlan
14, Setembro, 1994.
Foi muito bonito observar o Ginásio de Esporte Municipal, enegrecido pelo tempo, de repente ficar literalmente branco pelos mais de 800 quimonos dos judocas que participaram do VII Festival de Judô de Paulínia.
Um espetáculo, infelizmente, sem grande público. As pessoas ali presentes eram familiares e amigos dos atletas. Mas com certeza ficaram emocionados ao ver a quadra totalmente tomada por judocas de todas as idades, todos com o mesmo respeito por um esporte que vai além da preocupação física, só do corpo, tão em moda hoje em dia.
O judô tem sua base na sabedoria oriental, que é milenar. Ele busca o equilíbrio do corpo com a mente, ensina que se eu preciso usar uma pessoa que é tão digna como eu, para exercitar o meu corpo, eu preciso pedir para tocá-lo e depois agradecer por ele ter permitido eu a aprender através dele. Como as lutas são em duplas, ao mesmo tempo que eu estou aprendendo e me exercitando, estou também ensinado. Existe sempre uma troca.
Pensando assim, o judoca não pode ver o tatame apenas como um ringue de luta, mas sim, como um lugar de aprendizado, de ensinamento, de trocas. O tatame é então, um lugar especial, usado com respeito: o judoca só pode pisar nele, devidamente vestido, descalço e com os pés limpos, e depois de autorizado para fazê-lo, este ritual, transforma o tatame em lugar sagrado para o atleta.
O judô respeita as igualdades humanas, dentro do tatame não há classes sociais, não há credos, nem cores. As pessoas são apenas instrumentos de ensino e aprendizado.
Ao mesmo tempo o judô valoriza as individualidades, quando promove o aluno de faixas ou o honra com uma medalha por seu esforço pessoal, por causa da sua disciplina e desempenho.
A sociedade ocidental, tem uma filosofia de vida bastante diferente. O que vale para a maioria é a “Lei de Gerson”: é valorizando aquele que procura levar vantagem em tudo, nem que para isso seja preciso trapacear, roubar, trair, desvalorizar. O importante hoje é o “Ter” e não o “Ser”.
Penso que se todas aqueles judocas que invadiram a nossa cidade com seus quimonos brancos trouxerem para fora do tatame e de suas academias de judô, a sabedoria ensinada através desta arte, estaram colaborando muito para a melhoria da nossa sociedade.
Passariam a respeitar todas as pessoas e todos os seus relacionamentos, fossem eles familiares, sociais, profissionais ou amoroso. Saberiam que todas as pessoas são instrumentos de aprendizado para nós. Iriam também respeitar mais o planeta Terra, que como o tatame, é um lugar sagrado, que usamos durante toda esta vida para nos aperfeiçoarmos e crescermos como pessoa.
Parabéns, Mercival e Ana, por nos proporcionar um espetáculo tão bonito.
Obrigado por dar aos nossos filhos a oportunidade de se tornarem “homens melhores”.
Ângela Furlan
14, Setembro, 1994.
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